Valorizar a inteligência ou o esforço: isso faz diferença na aprendizagem?
A escolha das palavras que usamos tem influência na aprendizagem?
Uma questão que aflige estudiosos do comportamento e da aprendizagem é a forma como crianças e jovens enfrentam os desafios e a aprendizagem. Crianças “esforçadas” e as “talentosas e inteligentes” parecem pertencer a dois grupos distintos quando se trata de enfrentar as frustrações e as dificuldades que a vida naturalmente impõe.
Um estudo recente descobriu que as palavras e atitudes que utilizamos para elogiar as conquistas dos nossos pequenos, a partir de 1 ano, fazem toda a diferença.
Segundo a jornalista Eliane Brum, as gerações de jovens de hoje tiveram muito mais recursos que seus pais. Parece que valorizamos e nos esforçamos mais para investir no desenvolvimento de nossos filhos. Ao mesmo tempo, esses jovens e adolescentes cresceram acreditando na ilusão de que a vida é fácil, que eles já nasceram prontos e que o mundo precisa reconhecer a sua “genialidade”. Uma geração que cresceu numa redoma protetora que evitou as frustrações e desencantamentos. São crianças que acreditaram que a felicidade é um direito… e não uma conquista! Nas palavras da Eliane, somos uma geração de pais que não conseguiu dizer que viver é para os insistentes.
Nos Estados Unidos, a pesquisadora da Universidade de Stanford, Carol Dweck, estuda temas como motivação e perseverança desde a década de 1960. Recentemente, suas descobertas podem esclarecer aspectos da educação das crianças que explicam a postura da geração atual de jovens, descrita por Eliane Brum.
Nos estudos de Carol, ela classificou as crianças em dois grupos:
- Aquelas que acreditam que o sucesso é o resultado de talento ou de capacidade inata, ou seja, que já nasceu com a pessoa.
- Aquelas que acreditam que o sucesso é resultado de trabalho duro.