Coelhinho da Páscoa, o que trazes pra mim?
Toda cultura possui símbolos que comunicam significados. A cultura tem efeitos sobre a gente. Vivemos a cultura sem prestar atenção em como ela nos molda e, da mesma forma, sem dar espaço para a cultura do outro. A Páscoa, em grande parte das comunidades no Brasil, reflete símbolos com significados que vão além da própria religiosidade. Que tal pesquisar os significados da Páscoa para o seu grupo e traçar uma forma mais significativa para desenvolver a comemoração?
A psicopedagoga Isabel Parolin, diz que as histórias e as cantigas de Páscoa não são apenas para entretenimento dos pequenos, elas têm papel fundamental na inserção da criança na cultura em que ela vive. Trazem o sentimento de pertencimento.
O que é a Páscoa para você?
Como será a cultura da Páscoa para as crianças da Educação Infantil?
Quais símbolos dessa comemoração mais marcam a sua cultura?
Falando de tradições …
Por que temos coelhos e ovos envolvidos nessa comemoração?
A cultura brasileira da Páscoa foi formada a partir de algumas tradições. Contam que esta forma de se comemorar chegou ao Brasil através da imigração alemã. Era comum na Alemanha, há muito tempo, os pais pintarem ovos de galinha cozidos e esconderem no quintal das casas para que as crianças os encontrassem no domingo de Páscoa. Esta agitação, o corre-corre, animava também os animais caseiros, e, com eles, os pequenos coelhos, que saiam de suas tocas para correr.
O primeiro coelho da Páscoa de que se tem notícia data do século XVI (por volta de 1600), e o primeiro conto sobre esses animais trazendo ovinhos e escondendo-os em um jardim, surgiu em 1680.
Os Ovos
Antes do ano de 1900, os hábitos culturais do Paraná, um dos estados do sul do Brasil, receberam influências dos imigrantes vindos da Polônia, Ucrânia e Eslovênia (países do norte da Europa, perto da Russia). Os paranaenses comemoram a Páscoa com as pêssankas, que são ovos de galinha pintados com cores e desenhos tradicionais.
Repertório cultural simplificado: ah, mas elas gostam!….
A arte e suas linguagens permeiam e estruturam as experiências das crianças na Educação Infantil. Presentes no cotidiano das creches e pré-escolas, o repertório de música, artes visuais, dança e jogos dramáticos é oferecido por meio de propostas e disparam pesquisas e aprendizagens que ultrapassam a expressão artística. Cultura, Arte e Natureza representam o território temático da educação das crianças pequenas.
Mito número 1: crianças não compreendem um repertório mais complexo
Não é verdade!
Crianças tem mais células saudáveis receptoras dos estímulos auditivos, visuais e táteis, do que nós adultos. Sabemos que ao longo do tempo as células sensoriais do ouvido e as estruturas que compõem o olho vão se desgastando e não se regeneram. Assim, quanto mais velhos ficamos, percebemos menos as imagens e as particularidades dos sons em comparação às crianças.
Mito número 2: crianças sempre gostam das mesmas coisas
Outro fator que contradiz a crença a respeito de repertórios sofisticados versus os mais infantilizados e empobrecidos é que as crianças aprendem coisas novas todos os dias. Essa disposição curiosa e abertura para o que é novo os faz querer conhecer, pesquisar e experimentar… sem preconceitos ou autocensura. Por isso, é importante acreditar que no mínimo elas vão apreciar o que é oferecido, sentir e depois decidir se gostam ou não!
Ruth Rocha e Otávio Roth: coisinhas à toa que deixam a gente feliz
Acordar com cafuné
Pintinho saindo do ovo
Começar caderno novo
Melar o dedo no mel
Joaninha no nariz
Escrever com esta singeleza é sinônimo de infância. Otavio Roth, artista plástico e autor destes versos, foi uma criança feliz.
Sábado, dia 18 de março, a partir das 14h, a Livraria da Vila da rua Fradique Coutinho, 915, Vila Madalena, SP será palco de um evento literário em que a escritora Ruth Rocha revive a parceria com o artista Otávio Roth, lançando a coleção infantil Coisinhas à toa que deixam a gente feliz, composta por quatro volumes, dois de autoria de Otávio e dois inéditos de Ruth, à moda de Roth, em edição especial e limitada.
Na dedicatória da primeira edição do livro Duas dúzias de coisinhas à toa que deixam a gente feliz, Otávio agradece à mãe que o ensinou fazer bolha de sabão na banheira e outras travessuras da infância. Os sabores desses pequenos momentos o acompanharam ao longo de sua jornada. Ana Beatriz, esposa do artista, lembra que quando o marido escreveu os primeiros dois livros da coleção, sua filha, Isabel fazia o pai se divertir com as brincadeiras que inventava quando pequena. Ana ainda nos contou que a sensibilidade do artista é fruto das memórias da infância feliz vivida em uma pequena vila na Bela Vista, SP, onde todas as crianças brincavam juntas na rua.
Ruth Rocha, escritora de livros para crianças e adolescentes, compartilha com Otávio este olhar sensível para as pequenas coisas que nos dão tanto prazer e que se transformaram em matéria prima para a coleção escrita pelos dois autores.
A arte no cotidiano da educação infantil: palavra de Mirian Celeste Martins
A educadora Mirian Celeste Martins conversou com a equipe do Tempo de Creche sobre a mediação cultural que os professores fazem ao apresentar obras de arte para as crianças e organizar a exposições da escola: a curadoria educativa. Para Mirian, selecionar e oferecer obras provoca oportunidades de discussão. As obras interrogam, promovem significados e as crianças respondem.
Tempo de Creche – Conhecendo o seu trabalho, entendemos que os professores, assim como os curadores dos museus e exposições, também fazem uma curadoria ao selecionar o repertório artístico e cultural que apresentam para seus alunos. Como você vê essa questão?
Mirian – Curador é aquele que cuida de uma exposição. Ele tem a ideia que orienta a exposição, pensando na seleção das obras e no modo como vão ocupar o espaço. Todas estas relações têm a preocupação de aproximar o público da exposição. O educador também quer aproximar as crianças da arte e, para isso, deve selecionar criteriosamente o que e como apresentá-la.
Para o educador e curador Luiz Guilherme Vergara, a curadoria impulsiona a educação do outro que está ali como aprendiz, aberto para experiências. Portanto, o responsável pela curadoria educativa é o promotor do encontro do visitante com a obra.
Palavra de… Patrícia Auerbach: como ler livros para crianças?
Ao conhecer os livros-imagem (sem texto) O Jornal e O Lenço, de Patrícia Auerbach, da Editora Brinque-Book, Tempo de Creche conversou com a autora sobre a importância da imagem para a criança e como se deu o processo de criação dos dois livros, que não têm texto, mas têm muito a contar.
Tempo de Creche – Qual foi a inspiração para os dois livros?
Patricia – O Jornal nasceu de uma brincadeira em um dia de chuva, na casa da minha sogra, com meus filhos fazendo a maior bagunça. Tinha uma pilha de jornal do chão. Eu peguei uma folha e pensei, vou inventar uma coisa aqui. Comecei a fazer dobraduras e aquilo funcionou. Fiz um barquinho e meu filho olhou e disse – Um pirata! Saiu incorporando um pirata. Eu ainda estava pensando o que ia fazer com aquilo e ele já era um pirata! Embarcamos nesta história e as crianças brincaram deliciosamente por um bom tempo.
Uma preciosa lista de livros infantis
A equipe do Tempo de Creche foi conversar com a psicóloga Ângela Aranha, idealizadora e fundadora da Casa de Livros, uma tradicional casinha de tijolos, especializada em literatura infanto-juvenil de São Paulo. A missão: descobrir dicas certeiras de bons livros para crianças pequenas. Para Ângela, um dos sabores da vida é ver as descobertas das crianças no contato com a literatura e suas inúmeras linguagens. Em cada idade a criança está em um momento diferente, por isso é importante entendermos o que ela está explorando e descobrindo para oferecermos o livro mais próximo de seus interesses.
Bebês
Os bebês exploraram o que enxergam. Que tal oferecer livros com imagens grandes para ir nomeando os elementos junto com eles? A coleção Meu primeiro livrinho toque e brinque, da editora Usborne, composta por três livros, é muito adequada. A editora Yoyo tem em seu acervo o livro Contrários, da Coleção Ver e Aprender, também excelente para o pequeninos.
Crianças de dois a três anos
Para as crianças na faixa de dois a três anos, as imagens ainda são o ponto fundamental, mas já é possível oferecer livros com pequenas histórias.
A Cia das Letrinhas publicou o livro Bem lá no alto, da Suzanne Straber. Todos os bichinhos estão loucos por uma torta que está bem lá no alto, mas os bichos estão lá embaixo! O que fazer? Será que podemos contar com a ajuda de amigos? O livro apresenta lindas imagens.
Beatles e um projeto que vai muito além das cores
A origem da pesquisa
Após visitarem a exposição Beatlemania Experience, em cartaz num shopping center de São Paulo, duas crianças trouxeram o interesse sobre os Beatles para a sala.
A exposição apresentava a biografia de John, Paul, George e Ringo em uma viagem no tempo valendo-se de vídeos, fotos, textos e totens interativos.
Para ampliar a pesquisa e provocar as crianças, as professoras Marina e Andressa, que trabalhavam as cores com o grupo, apresentaram para as crianças músicas e vídeos da banda em preto e branco. Marina nos contou que selecionaram esse material para tentar inquietar. As crianças “piraram na ideia” e elaboraram a hipótese de que na época dos Beatles não existiam cores. Uma das crianças explicou que uma vovó tinha filmado os músicos e, por isso, não tinha cor no vídeo. Outra emendou que as cores só apareceram depois que os Beatles morreram.
6 propostas de artes para download
A partir do dia 23 de novembro (2016) estará no ar o site Arte na Creche, uma publicação virtual que apresenta 6 proposições para trabalhar as linguagens artísticas com crianças de 0 a 3 anos.
A publicação foi elaborada, durante o ano de 2016, em coautoria por Cenpec e Impaes e 3 parceiros: Associação Sabiá, Comunidade Educativa CEDAC e Instituto Avisa Lá, sendo fruto de uma experiência que teve início em 2014, quando Impaes e Cenpec iniciaram o Programa Desafios Impaes com foco na Educação Infantil, apoiando projetos de formação de professores em creches.
As 6 proposições são:
- Explorações com materiais de largo alcance
- Experiências estéticas, poéticas e lúdicas com argila
- Explorações plásticas
- Faz de conta
- Narrativas infantis
- Reinvenções de objetos do cotidiano
Cultura africana e brasileira: mistura de sabores, cores e ritmos
Somos o país que tem a maior população de origem africana fora da África!
Como podemos perceber a importância e a influência da cultura africana no Brasil?
Crianças pequenas podem compreendem esse importante braço da nossa cultura?
Sim! Elas podem sentir, experimentar, brincar e aprender a partir das nossas heranças culturais.
Neste mês de novembro temos uma oportunidade de refletir sobre as influências africanas, pois no dia 20/11 comemoramos o Dia da Consciência Negra. Em algumas cidades é feriado e o assunto é geralmente veiculado na TV, no rádio e nos jornais.
Essa história começa com a influência cultural trazida pelos escravos africanos para o Brasil e está presente no dia a dia em nossos hábitos e costumes.
O livro História e cultura africana e afro-brasileira na educação infantil foi especialmente preparado para a Educação Infantil e está disponível para download, desde 2104, no portal do MEC Por dentro da África.
Oficinas de Fotografia e Stop Motion para professores da Educação Infantil
Como estar informado e atualizado num mundo de rápidas mudanças?
Como aproveitar novos recursos para registrar o trabalho com mais qualidade? Gostaria de aprender a fotografar? E fazer animações em Stop Motion?
A Prefeitura de São Paulo está oferecendo oficinas de Educomunicação destinadas a educadores e estudantes da Rede Municipal de Ensino.
De acordo as informações veiculadas, consistem em formações de curta duração, com conteúdos selecionados para aplicação em projetos ou em atividades na sala de aula. Serão contempladas as linguagens: Rádio, Cinema, Jornal, Fanzine, Vídeo e Fotografia, com momentos para o desenvolvimento de projetos práticos e oficinas de criação com foco na redação.
Duas oficinas são oferecidas especialmente aos professores de Educação Infantil, atenção para os locais e datas!