A ação do coordenador da Educação Infantil encontra diferentes desafios no cotidiano da formação de educadores
As solicitações emergenciais capturam o profissional que está, na maior parte de seu tempo, “apagando incêndios”, como dizem alguns profissionais, socorrendo uns e outros. Fica, então, difícil de criar uma forma de ação que estruture e garanta a qualificação da equipe e do trabalho.
Estão sozinhos nessa jornada?
Qual a saída?
Como, então, se preparar para organizar os momentos específicos de atuação da coordenação na sua função particular?
Como acompanhar o trabalho desenvolvido?
É no grupo, acompanhado por um educador, onde, a partir de socializações de nossas reflexões, de nossos significados, entramos em contato com o pensar do outro, gestando o confronto e o conflito com este pensar. Pois sempre pensamos, refletimos, com e para o outro, a favor ou contra. Madalena Freire
Nessa conversa vamos refletir um pouco sobre esse profissional tão importante para a articulação e constituição do trabalho coletivo.
Com um universo de possibilidades, de sujeitos diferentes e de propostas variadas, cabe ao coordenador ser o responsável pela articulação do coletivo por meio da mediação das relações interpessoais e daquelas referentes a produção de conhecimento, definidas no interior desses espaços educativos característicos que são as creches e CEIs.
Reuniões e encontros pedagógicos entre educadores são vitais para compartilhar experiências, trocar informações, buscar direcionamento no trabalho com a primeira infância, qualificar os processos, ampliar repertório e trazer aquela sensação de que estamos juntos “nesse barco”.
Para melhor desempenhar a função de coordenação, algumas das preocupações identificadas como prioritárias para a qualidade do trabalho são as que tratam da formação de educadores da equipe. Assim, as questões específicas em relação ao acompanhamento do processo de formação de cada educador, precisam delinear-se com maior clareza:
Que conteúdos fundamentais abordar?
Somente o acompanhamento da reflexão da prática pedagógica é suficiente?
Qual o papel do grupo nesta formação?
Da mesma forma que como os educadores, o conhecimento do coordenador é construído no contato cotidiano com sua equipe, sua disponibilidade e estudo sobre sua prática, com a reflexão constante e a fundamentação necessária. É a partir da interpretação que faz sobre o que vê, escuta, lê e observa na creche ou CEI que o coordenador pensa e planeja sua ação. Para isso, ele necessita delimitar:
As próprias atividades (suas prioridades);
Dentro de uma constância (sua rotina de ações);
Seus objetivos (metas de curto, médios e longos prazos);
As regras (combinados e limites);
Os compromissos e o acompanhamento de cada um para com as tarefas;
A organização dos limites de tempo, espaço e materiais, para a construção do seu trabalho e do grupo de educadores.
No acompanhamento do estudo da prática do educador é preciso buscar canais cada vez mais adequados para a socialização das ideias e a construção de espaços garantidos de interação e troca, como reuniões semanais e as paradas pedagógicas, tendo o conteúdo da formação do educador como foco central. Alguns materiais como textos provocadores e vídeos com roteiros interessantes podem aquecer e estimular uma boa reunião pedagógica. A socialização da reflexão sobre a prática move o processo de formação permanente.
Os encontros entre professores com um roteiro prévio ou uma pauta compartilhada com os participantes, organiza o tempo e evita que se passe momentos preciosos de discussão e reflexão falando das pequenas questões do dia a dia, que podem ter seu encaminhamento de outra forma. Alguns textos, distribuídos antes do encontro, podem levantar boas discussões e reflexões.
As mudanças só ocorrerão por meio de um acompanhamento de cada educador que aprende enquanto ensina. Para Madalena Freire, é no processo de reflexão que o educador trabalha o pensamento (seus pontos de vista, sua maneira de ver o mundo e sua prática, sua fundamentação teórica). O registro dessa reflexão tece a memória, a história do sujeito e de seu grupo. A apropriação do pensamento do educador como sujeito-autor se dá pela sistematização desse registro refletido. Madalena dia que o desafio é formar, informando e resgatando num processo de acompanhamento permanente, um educador que teça seu fio para apropriação de sua história, pensamento, teoria e prática.
O coordenador, em sua ação com a equipe, busca garantir o exercício da cumplicidade, da interação, da plenitude da vida em grupo, experimentada quando se constrói conhecimento num ambiente provocador e de confiança. E, no exercício de sua função, tem a preocupação com a observação de seu grupo de educadores, para que ele desenvolva, também, com isto, seu próprio faro de pesquisador, mapeando necessidades e sugerindo rumos.
Finalizamos esta conversa reforçando a ideia de que as ações de avaliação e planejamento permanentes são as garantias da manutenção e da execução de ações de acordo com os desejos expressos no Projeto Político Pedagógico da instituição que é o plano orientador das ações da instituição e que define as metas que se pretende para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças que nela são educadas e cuidadas.
Além de fazer um registro com os principais assuntos e temas a serem abordados ao longo do ano, semestre ou mês, o coordenador, responsável pela organização das reuniões, deve pensar em algo que inspire e que leve o pensamento a outras formas de olhar educação e infância. É como trazer novos ventos e horizontes para provocar a equipe, desinstalar e gerar mudanças.
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Como tenho que agradecer O Tempo de Creche.
Tem me ajudado muito.
Parabéns!
Parabéns pelos conteudos oferecidos!!!! Adoro
Obrigada, Ledian por suas palavras. Abraço
Preciso muito de ajuda …sou coordenadora e estou sendo coagida …para me impor com o meu grupo docente.
Me ajudem
Olá, Fabi. Que tipo de ajuda você precisa e gostaria? Pensar na ação de coordenação envolve um leque de conhecimentos e escolhas! Em quais aspectos você tem maior facilidade de agir? Em quais você tem maior dificuldade? É por meio de um levantamento do que você já faz e do que esperam que faça que você pode traçar um roteiro para pesquisar saber mais “do que falta”. Na página inicial do blog há uma lista com as postagens reunidas por temas. Na aba COORDENAÇÃO temos, por exemplo, as publicações: – Coordenador-formador e seus professores-alunos; – Formação de professores: a relação entre a teoria e a prática pedagógica é possível; – Que escola queremos para as crianças e suas famílias?
Uma coordenação para “se impor” exercita a escuta e a observação de sua equipe e identifica as necessidades de seu grupo, para melhor agir. Deve ser autoridade e não autoritária, numa perspectiva de educação dialógica e democrática. Pense em suas respostas para estas duas questões inspiradas em Madalena Freire: – Que proposta vou fazer para os meus professores-alunos viverem essa informação que identifiquei como necessária? E – Como vou provocar este professor-aluno a repensar o que ele já pensa e ampliar seu conhecimento? O primeiro passo para a construção do grupo é a criação de vínculo: conviva com sua equipe, desenvolva a confiança, crie cumplicidade. Nos mantenha informadas!! Abraço
Amei este site, me ajudou muito!!!
Patrícia, obrigada pelo retorno. Abraço
Gostei muuuiito do trabalho de vocês!!! Parabéns! Acho que poderá ajudar “por demais” coordenadores, educadores, pais e mães. Abraços afetuosos.
Maria Aparecida, Obrigada pela visita e pelo apoio! Estamos abertas para sugestões e assim corresponder melhor às necessidades e interesses identificados. Um grande abraço!