Como pensar do planejamento sem ter que “tirar um coelho da cartola
Como registrar o que se vive durante as propostas?
Como pensar sobre o que ocorreu para encaminhar novos planejamentos?
O que não pode ser esquecido nesse percurso?
Como simplificar estas importantes tarefas da prática pedagógica?
Tempo de Creche organizou os conteúdos que têm sido apresentados e discutidos em diversos posts em práticas tabelas. Que tal experimentar essa organização e até modificá-la para ficarem com seu jeito?
Para começar…
Pensar no cabeçalho. É preciso formalismo e disciplina para organizar e sistematizar as informações. Acreditamos que a memória dá conta de tudo, “que nunca esqueceremos aquele fato” e “que podemos explicar melhor quando alguém tiver dúvida”! Mas não é assim. Porque vamos acumulando um grande número de “fatos inesquecíveis” e nem sempre estaremos próximos de quem pode ler e se alimentar dos nossos registros. Assim, é importante destacar e registrar as informações básicas do planejamento e do registro: professor, turma, data, nome da atividade e projeto (se for o caso).
Em seguida, detalhar o espaço, os materiais e a organização dos mesmos. Já abordamos em diversas postagens a importância do Espaço Propositor para as experiências das crianças, portanto, detalhar o planejamento da arrumação do espaço é fundamental para orientar o professor no momento de colocar em prática a proposta. Também é importante registrar como o espaço organizado influenciou o desenvolvimento da atividade para ter novas ideias.
Esse bloco de informações se encerra com o fator tempo. No planejamento, o tempo é uma hipótese a ser calculada:
Qual o melhor momento do dia para propor a atividade?
Quando as crianças estão no clima da proposta pensada pelo professor?
De acordo com a experiência do professor, quando ela deve ser implementada de modo a garantir que as crianças tenham tempo suficiente para brincar, pensar, experimentar e finalizar as pesquisas?
Já no registro, o tempo entra como fator a ser avaliado. O momento da atividade foi bem escolhido? Foi propício para as crianças “entrarem no clima”? A duração da proposta ocorreu como o previsto? As crianças queriam continuar na atividade mas a rotina do dia impediu as experiências? Ou as brincadeiras se encerraram antes da previsão do professor e essa questão precisa ser repensada?
No planejamento…
É a vez dos objetivos. O que o professor espera que as crianças façam? Pensar em verbos é o modo mais fácil de entender o que são os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento elencos na Base Nacional Comum Curricular:
Expressar; correr; pular; narrar; experimentar (materiais); classificar; riscar; desenhar; pintar; marcar; cantar; produzir sons; identificar; observar; pesquisar (de mil maneiras!); coordenar movimentos; se relacionar; compartilhar; identificar (mil objetos, conceitos e situações!)… e assim por diante! Uma infinidade de ações possíveis a partir das quais as crianças podem pesquisar, interagir, brincar, descobrir e aprender.
Mas… por que o professor pensou em trabalhar esses objetivos? O que o levou a esta direção? Transitar nesta seara é deixar de propor atividades porque “a atividade é legal” ou porque “as crianças vão gostar” ou ainda “porque vi na internet/na sala ao lado e a turma adorou”. As propostas do professor devem estar relacionadas a outras questões como:
Vou aprofundar uma pesquisa que já começou;
Surgiu um desejo entre as crianças;
Os pequenos ficaram interessados em descobrir;
Percebi uma necessidade específica (desenvolver uma habilidade, trabalhar as relações e emoções, abordar a diversidade etc…);
Trabalhar um aspecto da cultura da escola/comunidade.
São diversas justificativas possíveis que não deixam de justificar trilhas de aprendizagem.
A partir dessa reflexão, os objetivos conduzem o professor a planejar a postura mediadora a ser colocada em prática durante a proposta. Não basta apresentar materiais e espaços incríveis para garantir aprendizagens complexas e profundas! O professor tem conhecimento-preparo para olhar-escutar e perceber-intervir para ampliar-aprofundar as pesquisas das crianças e, consequentemente suas aprendizagens. As estratégias de intervenção (também já falamos sobre isso em outras postagens) são imprescindíveis para que as crianças sejam desafiadas a resolver problemas e querer conhecer e saber mais. É pensar em estratégias para instigar e colocar sugestões sutis, propostas de desafios e ampliação de repertório.
Teste e conte para a gente como foi a experiência!
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