Crianças não nascem preconceituosas!

Crianças não nascem preconceituosas!

O que uma criança pequena genuinamente detesta?
A única coisa que vem à cabeça é parar de brincar. Crianças abominam interromper a brincadeira para comer, tomar banho ou dormir.
E só!

Crianças pequeninas não desgostam de mais nada, mesmo porque o mundo ainda é uma novidade a ser aprendida.

Crianças desenvolvem preferências conforme vão crescendo: gostam mais de uma ou outra cor, preferem alguns alimentos, tem mais prazer ao ouvir certas melodias e até escolhem com mais frequência algumas roupas e brinquedos.

Numa análise mais profunda, é possível compreender que esse “gostar e não gostar” tem origem nas histórias de vida, a partir das experiências e relações que crianças e adultos vivenciam.

Por exemplo, ter prazer com historinhas de monstros pode ter uma raiz na lembrança de momentos prazerosos de brincadeiras, com o pai imitado monstros na hora de dormir. Um ritmo conhecido e desfrutado com quem se gosta, pode deixar marcas positivas e se constituir em preferência musical. Assim, até que se tenha experiências, o mundo não tem significados para as crianças. Então, são as experiências que constroem os significados para as crianças.

  • Quais experiências estamos proporcionando para nossas crianças conhecerem e conviverem com a diversidade de povos, raças, culturas e credos?
  • O que elas têm ouvido?
  • O que elas têm percebido nas expressões dos adultos quando entram em contato com as diferenças?

Crianças não nascem bem ou mal educadas, éticas ou preconceituosas. Construímos estas questões – boas e ruins – a partir do ambiente que proporcionamos a elas. Criança aprende a ser e agir com ética, respeito e consideração pelo próximo, ou, infelizmente em alguns casos, a ser preconceituosa e racista. É preciso identificar as situações de discriminação e preconceito às quais a criança é exposta e pensar modos de trabalhar essas experiências.

Segundo a diretora-presidente do Instituto AMMA Psique e Negritude, Maria Lúcia da Silva, entre 8 meses e 3 anos de idade, a criança começa a notar as diferenças físicas entre ela e os outros. Este período é fundamental para que a criança construa as bases para que se sinta acolhida na sua singularidade e, ao mesmo tempo, aceite, acolha e respeite a diversidade.

Isso é educar para cultivar valores.

José Pacheco, educador português e idealizador da Escola da Ponte, escreveu um dicionário de valores especial para quem pensa Educação. A obra, disponível para download, começa pela letra A de AUTONOMIA:

Autonomia não é um conceito isolado, nem se define em referência ao seu oposto – define-se na contraditória complementaridade com a dependência, no quadro de uma relação social aberta. O conceito de singularidade lhe é próximo, mas situa-se aquém da autonomia, porque o reconhecimento da singularidade consiste na aceitação das diferenças individuais (…).

Referências:

Dicionário de ValoresCitação de Maria Lúcia da Silva no artigo de Maíra Streit, Racismo na infância: as marcas da exclusão. Artigo da Revista Forum, 11/10/2013.

José Pacheco, Dicionário de Valores. Edições SM, 2012 disponível no site da PORVIR

Para saber mais, leia as postagens:

1 comment

o começo da historia tem um valor, enorme a importãncia a consideração da turma de educação infantil; a parceria da familia escola a construção, e a volorização da educação em se e mais uma etapa para construir, e renavar.

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