Nos dias 20 e 21 de janeiro de 2017 aconteceu o primeiro Encontro no Bairro, uma parceria da Escola do Bairro e do Blog Tempo de Creche com foco na criança. Com o lema o mundo na escola e a escola no mundo, o encontro Curiosidade e Investigação reuniu 35 pessoas que, mesmo sob chuva, participaram com interesse e muito diálogo.
Para o filósofo e pedagogo Martin Buber (1878-1965), o homem é um ser de relação, aberto para o diálogo com o “Tu”. Para ele, o indivíduo existe somente quando se coloca em relação viva com outros indivíduos. Quando o indivíduo reconhece o outro em sua alteridade (com suas diferenças), conseguirá romper com a solidão e viver encontros transformadores.
Quando Gisela construiu a Escola do Bairro, com tijolos de barro, cultura e pesquisa, surgiu também uma sintonia de crenças entre o Blog e a Escola. Gisela foi uma das primeiras a participar da seção Palavra de… e, com as conversas sobre curiosidade e investigação, compor um tempo e um espaço para dialogar sobre Educação foi um processo natural. Surgiu a proposta de fazer Encontros no Bairro, convidar educadores e pessoas interessadas na infância para ouvir, falar, questionar e refletir.
Encontro no Bairro: investigação e curiosidade
O evento começou com uma visita pela Escola do Bairro, guiada pela Gisela. Durante o passeio, Gisela compartilhou os pensamentos por trás de cada ambiente e material utilizado na construção, além da própria ambientação, trazendo a Pedagogia da Investigação como eixo do encontro.
Joyce Rosset, Angela Rizzi e Maria Helena Webster, do Tempo de Creche, delinearam a importância da Cultura e da Natureza como territórios de vida real, provocativos e disparadores de questionamentos e descobertas, convidando o grupo a pensar sobre os vários níveis de relações que afetam a criança, a escola, a sociedade e o universo ecológico.
Cibele Racy, da EMEI Nelson Mandela – SP, trouxe uma lição sobre construção de relações com famílias e comunidade do entorno da escola, ao contar sua saga com as famílias e a comunidade dessa pré-escola paulista, com mais de 8000 m2. Rejeitada até 2008 e tida pelos moradores do bairro com uma escola para quem não dispõe de opções, com esforço e trabalho compartilhado com a comunidade, Cibele transformou a EMEI numa das escolas públicas mais procuradas do município.
Juliana e Carlos Schiki, da Estação Cultivar!, fizeram a ponte com a prática de uma educação apoiada na sustentabilidade e nas ciências. A engenheira agrônoma e o zootecnista, mesmo embaixo de chuva, contaram com o olhar interessado dos participantes que os acompanharam com seus guarda-chuvas para conhecer detalhes sobre o planejamento, implementação e manejo de “manchas” de natureza, e conversar sobre possibilidades pedagógicas em jardins, canteiros, hortas, laguinhos, fornos de argila, fauna e flora.
A jornada revelou-se um encontro no qual organizadores, colaboradores e participantes tiveram espaço para discutir sobre fundamentação e experiências, além de expressar questionamentos e reflexões:
“Cheguei aqui por conta da curiosidade a respeito da Pedagogia da Investigação, mas saí daqui com 7 folhas de conteúdos para repensar minhas crenças”
“Não sabia se essa formação acrescentaria algo além daquilo que já tinha recebido nas formações pelas quais passei nesta última semana. Mas saio daqui surpreso!”
“Foi muito bom conhecer e ouvir todas essas pessoas.”
A avaliação dos participantes deixou sabor de reflexão e mobilização, sugerindo um olhar aberto e acolhedor para possibilidades e novos encontros!
Olá!
O encontro foi maravilhoso! Foi uma honra estar com profissionais tão comprometidas com a verdadeira qualidade da EDUCAÇÃO das nossas crianças pequenas.
Sugiro novos encontros com a temática.
Parabéns Gisela pela escola!
Gostaria de ficar sabendo sobre novos encontros. Obrigada, Ligia Ticianelli
Olá, Lígia,
obrigada pelo retorno. Publicaremos as novas formações. Aguarde. Abraço.
Boa tarde meninas,
Foi incrível o encontro na Escola do Bairro, gostaria de saber se podem disponibilizar o material que usaram para ilustrar as discussões que aconteceram naqueles dois dias? Seria possível, compartilharem os vídeos e slides? A ideia das peles, a metáfora que usaram e os pontos que organizaram em slides para nos ajudar a compreender melhor o tema, seriam muito úteis para multiplicarmos em nossas escolas, fazendo com que sejamos uma rede de aprendizes, independente se do segmento público ou privado, mas uma rede de educadores capazes de fazer da escola um lugar de preparação para a vida, ou simplesmente, fazer dela a própria vida, como ouvi hoje de um educador guarani.
Parabéns pela iniciativa pioneira de fomentar debates sobre a educação da primeira infância.
Olá, Vera Lúcia,
obrigada pelo retorno e reflexões. Informaremos assim que possível sobre as informações dos vídeos e do modelo de desenvolvimento da criança. Abraço.