É difícil pensar em atividades para os bebês, especialmente os menores. Como favorecer as aprendizagens? Um caminho para a inspiração é se perguntar:
O que os bebês fazem?
- Procuram
- Alcançam
- Pegam
- Observam
- Sacodem
- Sentem na pele a textura, o formato, o quente e o frio
- Sentem objetos na boca (gosto, textura e temperatura)
- Cheiram
- Ouvem os sons
Puxa, quantas coisas! Então, em quais atividades para bebês podemos pensar? O que podemos oferecer para estimular tantas ações? Como podemos ampliar essas experiências e transformá-las em aprendizagem?
A partir do momento que os bebês sentam equilibradamente, as mãos ficam livres para explorar. Estando firmes, os bebês podem alcançar objetos, trazer para perto de si e pesquisar as diversas sensações.
O cérebro começa a coordenar os gestos, o olhar, as sensações e as emoções, além da conquista da autonomia da pesquisa e de tomar decisões na escolha. É muito amadurecimento!
Mais adiante, o bebê começa a andar e estreia a conquista mais ampla dos espaços. Andam e ensaiam aceleradas pra cá e pra lá, repetidas vezes.
Para Henri Wallon, a criança que antes se deslocava no colo ou em carrinhos, levada pelo adulto, não tinha a opção de decidir por si só seus percursos. Desse modo, a construção da consciência a respeito dos espaços e ambientes só se inicia com a conquista do andar autônomo. Com todas estas conquistas, acessar coisas interessantes começa a fazer parte do universo dos bebês.
“Posso escolher onde vou”
“Vou até aquele objeto para pegá-lo”
“Posso chegar naquela pessoa”
“Vou conhecer aquele espaço e me localizar nele”
Os menores podem estender os bracinhos e agarrar uma infinidade de objetos. O maiores podem caminhar até eles, abaixar-se para pegá-los, levantar e transportá-los para outro lugar. É importante perceber que, ao desenvolver certo equilíbrio para ficar de pé e andar, as mãos ficam ainda mais livres para explorar: pegar, soltar, transportar, colocar na boca, atirar, sacudir etc..
Percebendo as possibilidades de contribuir com esse desenvolvimento, as psicólogas Elinor Goldschmied e Sonia Jackson abordaram brincadeiras estruturadas por pais e educadores, especialmente pensadas para esta fase da criança: os Jogos Heurísticos.
Para isso, os adultos selecionam uma variedade de objetos que possibilitem:
- Atender a diferentes interesses
- Ampliar as possibilidades de escolha e a tomada de decisão
- A estimulação dos sentidos
- Perceber como os objetos como se comportam no espaço quando manipulados
E, assim, organizam os materiais selecionados no ambiente de forma atraente (o belo e equilibrado também estimulam e inspiram os bebês!).
São cestos, bacias e caixas arrumadas com objetos do Jogo Heurístico. Para crianças até 18 meses, que passam grande parte do tempo sentadas, esta forma de apresentar os objetos é muito apropriada. Dependendo do tamanho do continente (“cesto”), é possível acomodar uma ou mais crianças próximas o suficiente para explorar e alcançar todos os objetos lá colocados. A preparação do ambiente para os bebês segue as mesmas indicações dos Jogos Heurísticos e 45 minutos é um tempo adequado para permitir a pesquisa dos objetos e as sensações que despertam, cuidando para encerrar a proposta antes que percam o interesse.
A palavra HEURÍSTICA tem origem grega, a mesma origem da palavra “eureca”, que significa encontrar ou descobrir. As brincadeiras para “descobrir” alimentam o cérebro das crianças, contribuindo para o desenvolvimento global. O Cesto de Tesouros e os ambientes preparados para as descobertas dos objetos funcionam como uma jornada de surpresas para as crianças que estão trilhando o caminho do conhecimento de si e do mundo.
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Para aprofundar o tema, veja as postagens:
Muito bom! Parabéns a vocês!
tem alguma diferença entre o brincar heuristico e o brincar com material não estruturados?
Olá, Eliana. O que você pensa sobre isso? Segundo a postagem que você leu, a palavra HEURÍSTICA tem origem grega, a mesma origem da palavra “eureca”, que significa encontrar ou descobrir. As brincadeiras para “descobrir” alimentam o cérebro das crianças, contribuindo para o desenvolvimento global. Será que o material não estruturado favorece esta pesquisa da criança? Pesquise com seus alunos e conte pra gente! Abraço.
Obrigada pela colaboração e suporte. Estou curiosa em relação a estás novas propostas, porém com dúvidas . Bjs
Oi, Ana Paula. Persiga suas dúvidas! Procure refletir… investigar… experimentar… aprofundar os conceitos! Não se acomode! Abraço
Amo esse site!!!!
Obrigada Camila!
Parabéns pelo rico conteúdo!