O final do ano já se avizinha! As brincadeiras já estão mais do que conhecidas? Que tal inovar, trabalhando expressão, identidade, relações e faz de conta com dedoches pintados nos dedos?
A nova estação traz mudança de espírito… Com a passagem da primavera para o verão, o sol brilha cada vez mais forte, e as crianças estão cheias de energia e curiosidade. Essa disposição também contamina os educadores, que procuram novidades para introduzir e ampliar as possibilidades de brincadeiras.
A linguagem das crianças é o brincar…
O desenvolvimento da capacidade de se relacionar depende, entre outras coisas, de oportunidades de interação com crianças da mesma idade, com as de idades diferentes e em diversas circunstâncias. Pensar em situações que facilitem as oportunidades de interação demanda planejamento.
Algo diferente para fazer com as crianças
Para garantir a escuta dos interesses das crianças, o primeiro passo é rever o que você tem observado em relação às brincadeiras, como por exemplo nos faz-de-conta e nas situações de representação de papéis e personagens.
Brincam de casinha? Quais personagens aparecem? Brincam sozinhos, em duplas ou pequenos grupos?
Como estão em relação à contação de histórias? Faz parte da rotina? Quantos se interessam? Estão reconhecendo as histórias assim que você começa a contar? Já antecipam os acontecimentos? Participam da narrativa? Utilizam brinquedos ou bonecos para dar vida às histórias conhecidas?
Brincar é preciso: bonecos e bonecas no universo do faz-de-conta
Ter um bonecos e bonecas disponíveis é um convite à brincadeira e à interação entre as crianças. Carregam no colo, alimentam, colocam para dormir…
E, para enriquecer as descobertas…
Um tipo diferente de boneco bem fácil de fazer para brincar e contar histórias são os fantoches de dedo ou dedoches. Você já experimentou pintar a ponta dos dedos das crianças e transformá-los em personagens? Experimente! As crianças podem improvisar uma história espontaneamente.
Crie diferentes espaços para a brincadeira acontecer…
Na frente do espelho, com teatrinhos de caixa de papelão, com cortinas entre cadeiras ou num varal, à altura do ombro das crianças… na sala, na quadra, no parquinho… as possibilidades são muitas…
Começar começando!
Se ainda não propôs os fantoches de dedo para sua turma é interessante começar a partir de um contexto conhecido. Qual a história que seus pequenos mais gostam? As crianças identificam os personagens?
Pegue uma caneta atóxica e pergunte para cada pequeno com quais personagens gostaria de brincar. Desenhe os personagens escolhidos nas pontinhas dos dedos. Pinte alguns personagens nos seus dedos também. Conte a história.
Observe o que os pequenos fazem: associaram os dedinhos à história? Estão brincando com seus dedoches? Estão brincando em grupo?
Outras brincadeiras…
Trabalhar os dedoches com os maiores e, depois, juntar com a turma dos menores é uma ótima estratégia para desenvolver a atividade e as relações. Crianças pequenas preferem aprender com outras crianças. Parece que crianças maiores tem o poder de se “chegar” na zona proximal1 (Vigotskii) dos menores!
Aprofundando a experiência
Depois de introduzida a brincadeira sua continuidade é orgânica! O professor pode provocar organizando a confecção de pequenos teatros com caixas de papelão e, até mesmo, fazendo dedoches nos dedos dos pés! São muitas possibilidades para promover pesquisas e muito mais propostas e descobertas das próprias crianças!
1 Zona Proximal:
Nas primeiras décadas do século 20, o psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934) já defendia o convívio em sala de aula de crianças mais adiantadas com aquelas que ainda precisam de apoio para dar seus primeiros passos. Autor de mais de 200 trabalhos sobre Psicologia, Educação e Ciências Sociais, ele propõe a existência de dois níveis de desenvolvimento infantil. O primeiro é chamado de real e engloba as funções mentais que já estão completamente desenvolvidas (resultado de habilidades e conhecimentos adquiridos pela criança). Geralmente, esse nível é estimado pelo que uma criança realiza sozinha. Essa avaliação, entretanto, não leva em conta o que ela conseguiria fazer ou alcançar com a ajuda de um colega ou do próprio professor. É justamente aí – na distância entre o que já se sabe e o que se pode saber com alguma assistência – que reside o segundo nível de desenvolvimento apregoado por Vygotsky e batizado por ele de proximal. (Fonte: Revista Nova Escola)
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Para saber mais sobre planejamento de atividades e inspirações, leia as postagens:
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