Chita, Festa Junina e um kit para brincadeiras

Chita, Festa Junina e um kit para brincadeiras

É alegria! É festa!
Crianças adoram brincar com tecidos. Pedaços grandes, pequenos, estampados e coloridos se transformam em capas de super-heróis, vestidos encantados, tendas e casinhas de faz de conta. Para as crianças menores, desvendar as texturas, cores, extensões e coordenar os movimentos para dominar esse material misteriosamente molinho e resistente, representam um prato cheio de pesquisas e diversão.
Que tal proporcionar uma semana de brincadeiras com tecidos para sua turma? E se, nesse período de Festa Junina, os tecidos escolhidos para a brincadeira fossem as chitas, tão brasileiras e típicas?
Na hora de preparar a festa, é possível aproveitá-las na decoração e apresentar para as crianças novos usos e significados do material.

Chita simples 3Com as festas juninas se aproximando, as escolas começam a aquecer os motores com o planejamento do evento e das propostas para trabalhar esse festejo típico com as crianças.

É bom notar que os pequenos, até 3 ou 4 anos de idade, estão construindo sua história e as relações com a comemoração. Assim, é fundamental aproveitar conteúdos dessa data que tenham significado para cada criança:

  • Vale a pena resgatar fotos da festa do ano passado, montar uma narrativa num cartaz e trabalhar na roda de conversa ou mesmo em forma de contação de história.
  • Levantar com as famílias os seus jeitos de comemorar a festa, colhendo imagens, canções, danças, brincadeiras, vestimentas, histórias, causos …
  • Trabalhar os elementos das culturas da Festa Junina por meio de pesquisa na internet, músicas, danças, instrumentos, filmes, livros e tudo mais que desperte o interesse da turma e amplie os conhecimentos.
  • Apresentar os elementos típicos para exploração: alimentos, roupas, instrumentos musicais, adereços decorativos…

setaKIT TECIDOS: uma proposta adaptada para tempos de Juninas

Quando fazemos formação em serviço com crianças e professores nas creches, levamos um kit de tecidos variados. Selecionamos uma diversidade de tamanhos, cores, estampas, texturas, elasticidades e transparências para compor um brinquedo de largo alcance. Providenciamos também uma caixa plástica para guardar e manter o material sempre limpo e organizado.

Você pode começar um kit fazendo um levantamento de retalhos, toalhas de mesa ou lençóis velhos disponíveis na escola e com as famílias.

Como referência, recomendamos alguns tamanhos e tipos para compor o kit :

  • Dois longos cortes de tecido com 3 e 4 m de comprimento. Se for comprar, os tecidos do tipo helanca tem preço mais acessível, cores interessantes e são bastante elásticos, resistindo às brincadeiras e favorecendo construções.
  • Dois cortes de tecido com 2 m de comprimento, com texturas diferenciadas. Os aveludados e felpudos proporcionam sensações diferentes.
  • 6 cortes de tecido com 1 m / 1,5 m cada, alguns estampados (chitas, estampas de pele de animais, geométricos), alguns transparentes e outros com brilhos.
  • Vale a pena ter à mão um rolo de barbante resistente e uma tesoura para auxiliar as crianças a prender os tecidos, quando descobrirem que podem fazer casinhas e tendas.

No mês de junho, o kit de tecidos pode ser composto somente com chitas e jutas, que refletem o espírito junino. Aproveite para comprá-las (ou separá-las) algumas semanas antes da festa e usar como brinquedo nas propostas de atividades que antecedem o evento.

Organizando a atividade em três momentos…

Balão numero 1DESPERTAR PARA O TEMA E OS MATERIAIS

Para não interferir na criatividade dos pequenos e favorecer a livre exploração, organize os tecidos espalhados no chão, num espaço amplo e de preferência com ganchos ou locais em que seja possível amarrá-los e pendurá-los.

Certamente as crianças vão estender os tecidos, deitar sobre eles, puxar, se enrolar e alternar a exploração dos variados tamanhos, estampas e texturas.

Chita simples

Balão numero 2EXPLORAR E DESCOBRIR

Passada a primeira euforia, é possível que comecem a pensar em brincadeiras mais elaboradas. Nessa fase da proposta, é importante ficar de olho nas possibilidades de intervenção (não de interferência!) para ampliar as pesquisas.

Chitas dupla

Ao propor essa atividade em outros dias, já trabalhando a cultura da Festa Junina, colocar as músicas típicas e disponibilizar apetrechos como chapéus e adereços para promover novas pesquisas mais contextualizadas com a comemoração. Outra forma de conectar o brinquedo com a festa popular é fazer uma pesquisa de imagens e objetos que evidenciem o uso das chitas.

chita dupla 1

Balão numero 3ACABANDO A BRINCADEIRA SUAVEMENTE

Chitas simples 2Em situações ideais, deveríamos aguardar o momento em que as crianças demonstram estar enjoadas da brincadeira para encerrarmos. Sabemos que é nas brincadeiras que os pequenos aprendem e crescem. Mas o planejamento das instituições, infelizmente, traz limitações de tempo. Nesse sentido, gostamos de pegar um “gancho” ou uma pista no enredo que as crianças estão criando e transformá-lo numa proposta lúdica “mais calma”. Assim, suavemente, encaminhamos o final da proposta.

Nas brincadeiras com tecidos, as crianças vão naturalmente se cansando, brincando de dormir ou abrigando-se nas cabanas. Aproveitamos essas situações, trazemos a questão do cansaço e do sono como proposta lúdica, colocamos a caixa do kit no centro do ambiente e convidamos a turma a colocar os panos cansados para dormir também! Esse é só um exemplo que foi colhido com algumas das crianças com quem trabalhamos. Você deve observar e levantar as possibilidades que brotam no seu próprio grupo para terminar suavemente a brincadeira.

No momento de decorar a escola para a festa, as crianças podem pegar os tecidos já conhecidos do kit e ajudar na decoração. Nesse sentido, as brincadeiras realizadas com os tecidos de chita vão contribuir com a contextualização da data comemorativa.

Cultura e históriaAs chitas, originárias da Índia, chegaram ao Brasil com os europeus em 1800. Quando passaram a ser produzidas em nosso país, elas adquiriram outras estampas, ficaram mais baratas e se tornaram um ícone da identidade nacional. Sua base é o morim, tecido de algodão de tramas irregulares, com estampas intensamente coloridas com tons fortes, que cobrem todo o tecido para esconder suas irregularidades. Muito utilizadas nas festas populares, hoje elas tem ocupado a moda e a decoração.

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