Uma parada para pensar: 5 reflexões sobre ser professor

Uma parada para pensar: 5 reflexões sobre ser professor

Mediação, produto, processo, brincadeira e conhecimento de mundo. Estes são conceitos que recheiam os livros de pedagogia e as formações. Sabemos o que eles significam? Pensamos nesses conceitos na prática diária?
Convidamos você para fazer uma parada! Stop! Vamos refletir? Vamos fazer uma parada para pensar.

Reflexão… uma palavra tão presente! Falamos muito sobre ela mas nem sempre caminhamos pelos seus significados.

  • Na Psicologia, refletir significa pensar sobre um tema.
  • Na Física, refletir é mudar de direção (percebemos isso quando mergulhamos metade de uma varinha numa piscina e vemos sua imagem distorcida).
  • Para a Matemática, a reflexão está relacionada a uma transformação geométrica.
  • Para os Programadores, reflexão é a capacidade de um programa observar ou modificar a sua estrutura

Uma “parada para pensar” que abraça todas essas ações, pode produzir transformações e novos comportamentos. Propomos uma jornada com 5 pontos de parada para se observar, pensar, mudar de direção e transformar estruturas.

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1- As experiências que tivemos na Escola, como alunos, são tão fortes que nos marcam para toda a vida. É difícil dar um passo além desse modelo interno e buscar outras formas de Educar. No dia a dia é fácil escorregar para o que vivemos, mesmo que sejamos críticos.
Que tal buscar um distanciamento da nossa vida de aluno para perceber o que não foi bom e aproveitar o que foi positivo?

2- Restam em nós apenas algumas faíscas das memórias do brincar. E cada vez que lembramos das brincadeiras de infância nos enchemos de sorrisos e felicidade.
Que tal procurar esse espírito brincante para mergulhar nas brincadeiras das crianças? Que tal promover para as crianças momentos de brincadeira que possam emocionar por toda a vida?

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3- Ao brincar, sabíamos onde a brincadeira ia parar?
A gente tinha noção sobre o final das histórias vividas no faz de conta?
Com certeza, não!
A brincadeira ia se construindo aos poucos, na combinação da imaginação de quem estava brincando. Isso é um dado importante. Nós professores precisamos compreender que essa fase da infância é dedicada ao sentir e ao fazer, ao processo. O percurso das ações infantis é mais importante para as aprendizagens do que os resultados. O processo ensina mais do que chegar a um produto final bonito ou perfeito. Assim, o que é mais significativo para o desenvolvimento infantil:

Desenhar ou o desenho?
Pintar ou a pintura?
Brincar ou o brinquedo?
Dançar ou fazer uma dancinha?

4- Pense em você: qual o seu momento de criar?
Em quais condições você gosta de estudar? E de pensar? E de inventar?
Como você prefere aproveitar a sua hora do almoço: descansando depois de comer? Ouvindo uma música? Conversando com os colegas?

dormirCada pessoa tem necessidades diferentes. Com as crianças acontece o mesmo! Precisamos permitir que os tempos individuais aconteçam para garantir o bem estar e favorecer o espírito de aprender:
 Todas as crianças precisam descansar dormindo?
 Todas as crianças tem que brincar vigorosamente na hora do parque?
 Todas as crianças precisam ouvir histórias sentadas na roda e sem se mexer?
 Todas precisam tomar o café assim que chegam na escola, mesmo que tenham se alimentado com suas famílias?

5- O papel do educador é fazer a mediação entre os conhecimentos do mundo e a criança. Mas… quais as dimensões dessa mediação?
Para começar, vamos pensar sobre “conhecimento de mundo”. A criança tem o direito de conhecer as produções culturais, científicas e artísticas do mundo. Quando se fala em direito, entra-se na esfera legal, de lei. Então é muita responsabilidade e conteúdo!
E é mesmo! Porém existe um característica da infância que reconhece que a criança aprende a partir de seus interesses.
Como lidar com essa situação?
Se a criança precisa ter interesse, como apresentar o que é novo?
Nesse ponto a sabedoria e a habilidade do educador são fundamentais: o professor é a ponte. Ele conecta esses interesses a um repertório enriquecido.
dançandoPor exemplo, imaginemos que as crianças demonstraram interesse em músicas com ritmo marcado. Precisamos atender esse interesse oferecendo um funk ou Galinha Pintadinha? Não! Aí vem a tal sabedoria: o interesse dos pequenos é a música ritmada, mas não precisa ser aquelas que eles já conhecem (e estão cansados de ouvir em casa!).
Ahhhh… Mas eles gostam tanto….! Pensamentos como esse nos trazem a reflexão: se o nosso papel é levar o mundo para a turma, nós, professores, precisamos nos desafiar para desafiar e ampliar os conhecimentos das crianças. É necessário contribuir com o repertório delas e, para isso, a pesquisa do professor é a melhor resposta para a escuta da turma.

É fácil aprofundar essa reflexão se pensarmos nas imagens que costumamos colocar nas paredes da escola:
 Elas estão mais para o bufê infantil do que para a cultura?
 Elas valorizam o que os pequenos produzem ou a produção dos professores?
→  As imagens provocam a curiosidade e a pesquisa das crianças ou as “divertem”?
→  O papel do professor é fazer recreação ou ampliar o conhecimento de mundo?

Não é fácil lidar com os próprios limites. Contudo, sem a reflexão mergulhamos num fazer que não nos impulsiona e não qualifica nosso trabalho.

Refletir… RE-FLETIR
Do latim:
RE = outra vez
FLEXUS = dobrar

Ao buscar as mudanças de rumo nas nossas próprias vidas, levamos para as crianças um mundo que será também compreendido por elas com crítica e reflexão.

Coordenador: você pode aproveitar esse texto numa parada pedagógica ou num encontro formativo. Imprima os 5 pontos de reflexão, divida os participantes em cinco grupos, entregue um ponto para cada grupo discutir e apresentar suas conclusões em plenária.

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