O que a hora do parque representa para as crianças?
E para os professores?
Vamos começar pelos pequenos…
O parque é um dos diversos espaços da escola que devem ser ocupados pelas crianças. Mas o parque é especial… talvez mais importante do que a própria sala!
Na área externa, de preferência grande, ensolarada e “decorada” pela natureza, as crianças desfrutam um ambiente arejado; amplo o suficiente para experimentar os grandes gestos do corpo; pesquisam e coletam galhos, pedras, plantas, bichinhos e outros tesouros; se juntam aos colegas e também encontram cantinhos secretos; colocam em ação incríveis enredos de faz de conta… enfim, vivem a infância no melhor cenário!
Se perguntássemos agora, qual cena da sua infância vem primeiro à mente, para grande parte dos leitores o espaço que abriga a lembrança é o externo. Somos marcados por quintais, jardins, parques, sítios, praias e matas. Nesse sentido, os educadores percebem a importância desses espaços para suas crianças, mas nem sempre priorizam e se preparam para dedicar diariamente longos períodos às áreas externas.
Por que isso ocorre?
Porque fomos formados em escolas de paredes! Apesar de perceber os ganhos para as crianças, nossa memória corporal nos projeta para as salas de aula e acabamos reproduzindo nossa história com as crianças.
Recebemos inúmeras mensagens de professores pedindo orientação à respeito de turminhas de 1, 2, 3, 4 ou 5 anos “muito agressivas”. Pergunto-me se estas crianças são alimentadas pela vitamina “sol-espaço-movimento”!
Até aqui pensamos sobre o valor destas áreas na rotina dos pequenos (e na nossa também!). Agora vamos pensar no professor…
Pergunto: sair para o parque todos os dias e garantir a segurança dos pequenos é suficiente?
É importante mas não é suficiente.
O parque da escola faz parte de um espaço FORMAL de educação. Ele não é a pracinha perto de casa que a criança frequenta com a família!
A hora do parque é um território fundamental para o desenvolvimento de diversas habilidades e aprendizagens e, por isso, não há lugar para espontaneísmo pedagógico. É impensável ocupar esse tempo precioso das crianças batendo-papo com o colega e colocando o Facebook, o WhatsApp e os e-mails em dia.
A hora do parque na escola é educativa… necessita planejamento, observação, intervenção, registro e reflexão:
- Do que as crianças estão brincando no momento do parque?
- O que posso levar para que as brincadeiras se ampliem e se aprofundem? (materiais)
- Como posso organizar o espaços do parque para provocar a curiosidade e as explorações? (espaço propositor)
- O que posso fazer para instigar, levantar problemas e desafiar as crianças a pensarem nas resoluções? (intervenções)
- Quem e o que devo observar no momento de parque? Quais questões são importantes para registrar? (pauta do olhar e registro)
- Com base nas observações e registros, quais materiais e intervenções posso organizar para a próxima saída ao parque? Quando devo me afastar e observar (dar espaço) e quando devo intervir?
Então, o professor deve estar sempre encabeçando as propostas do grupo, se colocando, intervindo, mediando etc. etc. etc.?
Os pequenos podem experimentar uma maior autonomia na hora do parque. O professor pode assumir uma postura acolhedora e menos diretiva, que favoreça a organização autônoma dos grupos em torno de interesses próprios. É só fazer uma escuta para os desejos e necessidades das crianças e balancear os usos desse espaço privilegiado… assim como estamos habituados a pensar no espaço da sala!
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PARA SABER MAIS…
Leia mais sobre esse tema nas postagens:
Ameii as informações pedagógicas, gostaria de receber mais orientações sobre o assunto.
Olá Elisabete! Sobre o que você gostaria de ser orientada?
e muito importante que haja brincadeiras dirigidas. no parque. as crianças devem ter um tempo livre também. mas as rodas cantadas, os torneios, os jogos devem ser orientados e supervisionados pelos professores que nesta hora, devem deixar seus celulares guardados.
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