Somos o país que tem a maior população de origem africana fora da África!
Como podemos perceber a importância e a influência da cultura africana no Brasil?
Crianças pequenas podem compreendem esse importante braço da nossa cultura?
Sim! Elas podem sentir, experimentar, brincar e aprender a partir das nossas heranças culturais.
Neste mês de novembro temos uma oportunidade de refletir sobre as influências africanas, pois no dia 20/11 comemoramos o Dia da Consciência Negra. Em algumas cidades é feriado e o assunto é geralmente veiculado na TV, no rádio e nos jornais.
Essa história começa com a influência cultural trazida pelos escravos africanos para o Brasil e está presente no dia a dia em nossos hábitos e costumes.
O livro História e cultura africana e afro-brasileira na educação infantil foi especialmente preparado para a Educação Infantil e está disponível para download, desde 2104, no portal do MEC Por dentro da África.
A publicação sugere formas para as crianças pequenas explorarem vários sentidos da sua corporeidade, conhecerem cores, palavras, canções, texturas e histórias, produzirem desenhos, participarem de rodas de conversas e estabelecerem relações entre si a partir da cultura africana. São propostos dois temas com roteiros e possibilidades para pesquisar e desenvolver a contação de histórias a partir da cultura dos Griôs e a Capoeira, hoje considerada patrimônio cultural da humanidade. O livro está muito bem organizado e sugere percursos para trabalhar projetos. Porém, os projetos precisam ser flexíveis e responsivos, isto é, devem perseguir a curiosidade e os interesses das crianças, instigadas pelo professor. Porque é assim que criança aprende!
Ampliando a pesquisa!
Quais outros temas da cultura afro-brasileira podem ser abordados? Culinária, ritmos, música e dança, capoeira e festividades regionais.
A influência africana na nossa alimentação é um aspecto que pode ser pesquisado a partir dos hábitos das famílias das crianças. Qual família não come angu, cuscuz, pamonha, acarajé, mungunzá, farofa, vatapá, ou não usa o azeite de dendê, o leite de coco e não faz a popular feijoada? Muitas receitas vindas do continente africano foram reelaboradas e fazem parte do nosso cotidiano. Valorizar e apreciar esse conhecimento enriquece as experiências e promove a consciência deste legado cultural.
Outro aspecto bastante rico e que desperta o interesse e a participação dos pequenos são os ritmos e músicas de raiz africana: samba, pagode, Afoxé, chorinho, baião, batuque de umbigada, samba reggae, coco, Moçambique, entre outros.
Pesquise os ritmos que tenham façam conexão com as raízes culturais das famílias e apresente para o grupo. Deixe que apreciem com os ouvidos e com o corpo, mostre que é possível experimentar os ritmos com o balanço dos braços, cabeça, pernas, quadril… enfim, procure inspirar e convidar para uma brincadeira expressiva.
Para ampliar o mergulho na música de origem africana, procure conhecer também alguns instrumentos de percussão trazidos pelos africanos, como tambores, atabaques, agogô, xequerê e berimbau. Muitos deles são fáceis de serem produzidos com sucatas, sementes e outros materiais comuns. Preparar cestas heurísticas com objetos sonoros é uma maneira de promover a exploração dos ritmos com os menores. Já com os maiores, é possível organizar uma oficina de produção dos objetos.
Combine os instrumentos com as músicas pesquisadas e a brincadeira vai ficar multissensorial e multi expressiva!
A riqueza cultural das festas como do Maracatu, do Bumba meu boi, do Jongo, do Reisado podem encantar as crianças e se transformar em tema de investigação e brincadeira.
PARA SABER MAIS…
Na postagem: História e cultura africana e afro-brasileira na educação infantil
Nos livros:
O Menino Marrom de Ziraldo
Menina Bonita do Laço de Fita de Ana Maria Machado
O cabelo de Lelê de Valéria Belém
Meninas Negras de Madu Costa
Este artigo veio de encontro ao que estava buscando, sou professora de bebês e com a pesquisa e sugestões aqui exposto, ajudará a traçar o meu planejamneto.
Que ótimo, Antonieta!
Obrigada pelo retorno 😉
excelete reflexão e sugestões para trabalhar com a Educação Inafntil.