Estamos na primavera!
Que tal aproveitar a nova estação que convida para sair da sala e investigar as plantas do entorno? O clima e a paisagem inspiram a aventura de observar, experimentar, pesquisar, criar e descobrir. Vá pensando no seu contexto e nas suas experiências para construir conosco um novo planejamento para a primavera.
Quais árvores estão floridas em sua região? Que cores tem a paisagem natural?
Como fica o chão abaixo das árvores? As crianças têm o costume de coletar flores e folhas? É possível pegar as flores que caem?
Um professor pesquisador…
Faça uma pesquisa das plantas na sua cidade e no entorno da escola:
- Quais plantas florescem nessa época? Há flores com formatos intrigantes? Que tal marcar a localização para observá-las com as crianças e coletá-las quando possível?
- Quanto às folhas, quais plantas inspiram pela cor, formato e textura? Marque também!
- Quanto aos frutos e sementes, o que é possível encontrar?
- Quanto ao solo, existem diferenças na cor, espessura dos grãos e umidade?
- A coleta desses materiais pode virar material de pesquisa?
Registre seus achados, pesquise dados e imagens na internet para dar suporte, e planeje uma saída “a campo” com os pequenos exploradores.
Preparando a saída… aquecendo os motores!
Inspire e instigue os pequenos. Aqueça as cabecinhas para preparar o olhar. Do contrário a pesquisa pode se transformar em outra brincadeira! O que não é ruim, obviamente, porque podem surgir outros conteúdos interessantes. Mas, se as crianças se interessarem pelo tema antecipadamente, é mais provável que a aventura se concentre na primavera e na diversidade das plantas.
Então, algumas dicas para provocar a curiosidade e o assunto:
- Selecionar histórias, filmes, revistas e livros com essa temática
- Planejar rodas de conversa levando alguns exemplares de vegetais e imagens para a discussão
- Selecionar e imprimir imagens bem definidas de folhas, flores, frutos, terra etc., e pendurar na sala para capturar o olhar e instigar
Arranje sacolinhas de coleta – uma para cada criança para a saída a campo. Pode ser que alguns pequenos não queiram carrega-las, mas é importante que estejam disponíveis.
Lupas são incríveis para esse tipo de exploração! Se conseguir algumas, não esqueça de levar.
Copinhos, baldinhos, saquinhos, colheres e pazinhas para coletar os diferentes tipos de solos também podem estar na “bagagem”.
Levando os materiais para a pesquisa no “laboratório”…
Guarde o que foi coletado com cuidado. Esses materiais são mais do que plantinhas… eles são a confirmação do espírito investigativo doas crianças:
O meu interesse é importante!
O mundo tem muitas coisas para serem descobertas e eu sei pesquisar!
O que eu penso sobre as coisas tem valor. As pessoas me escutam!
Arrume o que foi trazido junto com as crianças, compartilhando com os pequenos o processo de classificação: por cor, tamanho, tipo, formato etc.
Reflita sobre os materiais e os interesses das crianças e planeje propostas de ampliação da pesquisa… e não precisa ser a mesma atividade para todos ao mesmo tempo, certo?
- texturas, cores, formatos, durezas…
- brincadeiras de fazer comidinha
- construções e colagem
- pintura macerando os vegetais e diluindo os diferentes solos
- muitas outras atividades inspiradas no que provocou as crianças.
Só não vale fazer aquelas colagens estereotipadas sobre cartolinas recortadas no formato de árvores, flores etc.! Isso é certamente realizar um desejo do professor e não das crianças. E isso não é ampliar a pesquisa, propor questionamentos e problemas para os pequenos resolverem. A proposta é problematizar!
A memória do vivido…
Fotografe, anote, registre as falas, guarde alguns materiais e as produções (se houver). Depois, reúna o que foi mais significativo para os pequenos e monte um painel para eles.
Ao revisitarem o que viveram, se reconhecerem e identificarem os pontos altos do processo, as crianças reelaboram suas experiências e as transformam em conhecimentos. Essa é a cobertura de um bolo que foi assado aos poucos!
Algumas referências…
Algumas plantas são típicas dessa época do anos. Segue uma relação para inspirar:
- O jambo, típico da região Norte, tem uma flor cor de rosa em formato de pompom. Ao cair, elas formam um verdadeiro tapete sob a copa da árvore.
- A pitangueira e a amoreira estão dando frutos! Aproveite para saborear e até explorar a forma e a cor das frutinhas.
- Os ipês estão pintando as cidades de amarelo, cor de rosa e branco. E as flores caem no chão todos os dias. Um desafio: o ipê só tem flores ou tem folhas também? Onde estão as folhas dos ipês?
- As azaleias, típicas da região sudeste também estão floridas. Quantas cores de flores de azaleia podemos encontrar?
- As bromélias são uma pesquisa aparte. O que acontece com aquele “mini laguinho” que se forma no seu centro? (que aliás, por conta da acidez, não é habitat de larvas de dengue e outros transmissores de doenças)
- O manacá de cheiro é outro arbusto (com cara de árvore) interessante. A flor nasce roxa, vai clareando e passa a ser branca e perfumada.
- No nordeste é época da flor do cajueiro. Que tal começar a pesquisar essa árvore frondosa pela flor e, ao longo do ano perceber suas transformações?
- A tipuana tipu é uma árvore de grande porte que tem flores amarelas e miudinhas. Quando elas caem, colorem o chão de amarelo vivo. Outra característica dessa árvore é a semente alada que, quando cai do alto da árvore, gira e plana no ar como um helicóptero.
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