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Ultimamente tenho ouvido a expressão deu certo para qualificar atividades, projetos e propostas oferecidas às crianças da educação infantil.
O que isto quer dizer?
O que esta expressão esconde?
Quais pensamentos pedagógicos estão por trás desta classificação?

Nos nossos momentos de formação, ouvimos muitos professores avaliarem suas propostas com as expressões deu certo, deu tão certo, não deu muito certo… Fiquei intrigada com as colocações e fui investigar.

Conversando com os docentes, percebi que quando uma atividade dá certo, ela implica em situações de envolvimento das crianças no que é proposto, adesão da maioria, produção de um produto final que atenda às expectativas do professor, pouca agitação e momentos de diversão. Será que dar certo é isso? Uma atividade precisa dar certo? As atividades devem divertir? O que pensar quando dá errado?

Convido você a refletir sobre estes questionamentos!

1. Quando um planejamento dá certo, ele provavelmente atingiu os objetivos estabelecidos. O que me leva a perguntar: quais objetivos foram pensados para as propostas? Objetivos pedagógicos envolvem expectativas de APRENDIZAGEM. Especialmente depois da BNCC, temos mais clareza sobre as aprendizagens que são esperadas para as crianças de 0 a 6 anos. Desse modo, ao avaliar a atividade, o professor precisa partir das aprendizagens das crianças e dos objetivos imaginados por ele no planejamento.

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Percorremos uma jornada de formação na faculdade. Atualizamos nossos conhecimentos por meio de cursos e palestras. Compramos alguns livros e lemos artigos em revistas especializadas e na internet… ainda assim parece que falta algo! Parece que nada disso dialoga com a prática! O que acontece?

Atualmente, a formação do professor é considerada uma disciplina de estudo especializado e uma área de pesquisa estratégica. Diversos países investem nesse tema porque julgam ser prioritário pensar sobre a qualidade do ensino praticado pelos professores ao longo de suas carreiras.

O que isso quer dizer exatamente?
Para qualquer profissional cuja carreira dependa das habilidades intelectuais, é fundamental que a formação se estenda por toda a vida.
Até aí, nada de novo.

O que tem despontado nas pesquisas a respeito da formação continuada do professor, é a importância da REFLEXÃO como estratégia de auto-formação.

É crença de diversos estudiosos e especialistas que a formação do professor se completa com a sua prática. Isso quer dizer que sem colocar a mão na massa não há formação que dê conta de preparar um professor para um trabalho qualificado.

O educador americano Herbert Kohl diz que a não ser que os professores assumam a responsabilidade de testar e elaborar teorias de educação, as teorias serão sempre feitas (e impostas!) pelos outros.

Então não é só frequentar uma faculdade, estudar, obter a graduação e, com a experiência prática, conquistar a satisfação de reconhecer-se como um bom professor?

Mais uma vez, não!

É nesse sentido que os pesquisadores têm apontado e necessidade de uma etapa formativa da carreira que NUNCA TERMINA: o exercício constante da reflexão sobre a própria prática.

Paulo Freire foi um defensor da reflexão crítica sobre a prática pedagógica. Para ele, (…) é pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. (FREIRE, 1996, p.43).

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Já pensou que a Documentação Pedagógica pode ajudar a contar para você mesmo, uma história sobre você?
Já olhou para a Documentação Pedagógica como janelas para a sua subjetividade, sua maneira de ser com as crianças e como você constrói as próprias práticas?
Indo mais fundo, será que a Documentação Pedagógica revela se as abordagens que acreditamos desenvolver estão apenas no nível da conversa ou se realmente embasam as nossas práticas com as crianças?

parada-pedagogica

Documentação Pedagógica não é só o registro do que observamos no fazer das crianças. Ela é muito mais! Quando o educador registra sua prática e transforma os registros em documentos reveladores dos aprendizados das crianças, ele também tem diante de si as aprendizagens do seu saber pedagógico.

Como podemos compreender este aspecto da Documentação Pedagógica?

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