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Que tal testar novos cantos de atividades e pensar sobre aqueles que devem permanecer na sala?

Antes de começar esta conversa, é importante dizer que a escola existe na vida dos pequenos para ampliar seus desafios e construir saberes. Por isso, canto permanente não quer dizer imutável! Cantos permanentes de atividades tem uma temática que se mantém, mas a partir da observação e do acompanhamento das brincadeiras, o professor pode introduzir novos materiais, alterar a arrumação e até dar um descanso no tema, se perceber que os interesses estão diferentes.

canto de carrinhos

É comum encontrarmos nas salas da Educação Infantil cantos de leitura, de casinha, de cozinha e até de carrinhos e fantasias. Com essas organizações de espaços e materiais, provocamos exploração, investigação e o faz de conta. Todas as propostas de brincadeira são importantes, mas os cantos permanentes provocam a escolha: com quais materiais quero brincar agora? Com quem quero brincar? O que posso inventar? É puro exercício de autonomia!

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Na segunda postagem da conversa com a educadora e estudiosa Magda Soares, pesquisadora de alfabetização e letramento, enfocamos os processos da criança ao desenvolver suas habilidades de comunicação e a construção da parceria com as famílias durante o letramento e o início da alfabetização. Para Magda, a criança imersa na cultura da escrita naturalmente se interessa por ela e repete, de certa forma, a trajetória criativa da humanidade na sua invenção, usos e práticas.

Antes de mergulhar em mais um texto esclarecedor e inspirador, Magda compartilha uma observação que vem fazendo ao longo dos seus anos de trabalho com crianças pequenas: a criança quer compreender o mundo que a circunda, e quer que a esclareçam sobre esse mundo circundante. Quando se pergunta a uma criança prestes a entrar em instituição de Educação Infantil  “por que você quer ir para a escolinha?”, a resposta é quase sempre “para aprender a ler”, raramente a resposta é  “para brincar”.

Parte 1: Letramento ou alfabetização? Os dois!
Parte 2: Crianças e a reinvenção da escrita

Crianças e a reinvenção da escrita

Crianças desenhando com gizTempo de Creche – Alguns estudos ressaltam a importância da criatividade das crianças pequenas quando começam a se apropriar do código linguístico. Outros estudos colocam que a criança pequena começa a se comunicar por meio de imagens e que esse percurso se perde quando elas iniciam a alfabetização e o uso das palavras escritas. Como você vê estas questões?

Magda Inicialmente, proponho substituirmos  “código” por “representação”, pois os sons da língua não são “codificados” em letras, mas “representados”  por letras, e isso resulta em significativa diferença na compreensão dos processos da criança e, em decorrência, em sua orientação.

Também proponho não nos restringirmos à apropriação do sistema de representação alfabético, mas, mais amplamente, à inserção plena da criança na cultura do escrito: inserção no letramento, considerando a alfabetização um dos componentes do letramento (como disse na primeira postagem Palavra de… Magda Soares: a linguagem escrita na infância, alfabetização e letramento são interdependentes e indissociáveis).

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Terceira oficina de desenho de "Histórias da infância" nos dias 14 e 15 de maio
Terceira oficina de desenho de “Histórias da infância” nos dias 14 e 15 de maio

Contato com a arte e os artistas Informação Experimentação e aprendizagem andando juntos! Esta é a proposta do MASP – Museu de Arte de São Paulo

Aos sábados e domingos, o museu oferece uma grande oportunidade de se relacionar com as ideias e a produção de artistas contemporâneos, em oficinas gratuitas para crianças de 5 a 8 anos. Entre os artistas visuais que receberam o convite para conduzirem as oficinas com as crianças estão Rivane Neuenschwander, Paulo Nazaterh, Beatriz Milhazes, e outros. A “relação entre o MASP, as crianças e suas formas de expressão é pioneira no Brasil e remonta aos anos iniciais do museu, fundado em 2 de outubro de 1947, destaca o curador Fernando Oliva.

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Para as crianças, o desenho é brincadeira, desafio e prazer com os próprios movimentos. Mais tarde, as marcas também são valorizadas.
Para que essa brincadeira continue e seja ampliada é preciso desenhar sempre e, em especial, pensar em alargar os desafios.

 O que interfere no desenho e o que pode variar os desafios?

desenho 3Para a neurocientista mineira Leonor Bezerra, o cérebro das crianças está no início do seu desenvolvimento. Nesse momento é ideal provocar diversas áreas cerebrais com estímulos multissensoriais, isso é, que obriguem a criança a sentir e usar vários órgãos dos sentidos ao mesmo tempo. Assim, o ato de desenhar, que já se mostrou importantíssimo para favorecer a expressividade e as narrativas, também ganha pontos com os estímulos motores e proprioceptivos* associados às emoções e sensações. Quando propomos desafios mais amplos para os pequenos, bombardeamos [no bom sentido] diferentes áreas cerebrais ao mesmo tempo. Com isso, o cérebro desenvolve  conexões nervosas mais abrangentes e complexas. Aprender é assumir novos comportamentos e atitudes.

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menino desnhando na paredeCrianças escolhem desenhar. Em diversas culturas, desenhar é uma atividade típica da infância. Ao observar os pequenos desenhando é comum perceber que todo o corpo está envolvido na ação. Os rabiscos fluem de mãozinhas que voam sobre o suporte, deixando suas marcas. Às vezes as crianças desenham sem mesmo acompanhar a ação com o olhar, fazendo parecer que os rabiscos são marcas ocasionais e sem sentido…. Ledo engano! Muita coisa está acontecendo porque nesses momentos elas usam seu cérebro de forma complexa e dedicam emoções à ação que fica expressa no suporte.

bebê desenhandoCrianças podem rabiscar desde que consigam segurar um riscador (qualquer objeto como gravetos, carvão, tijolos ou mesmo batons…) e coordenar seus movimentos o suficiente para deixar marcas. Mas é por volta dos 18 meses que elas se interessam de fato por rabiscar. Para Piaget, as crianças desenham o que sabem e não o que veem. O estudioso do desenho infantil G. H. Luquet, dizia que a criança desenha para se divertir e é para ela uma brincadeira como outra qualquer. Mais especificamente, uma brincadeira que pode ser brincada a sós, em espaços fechados ou ao ar livre.

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Edith Derdyk nos fala do novo olhar para o desenho da criança no contexto da arte contemporânea: o desenho que ultrapassa barreiras de modelos e normas formais para contar sobre as sensações e gestos de quem os produz.

Tanto em suas palavras como em seus trabalhos, a linha marca a pesquisa na arte de Edith Derdyk e nos convida a brincar com nosso olhar e gesto.
VIÉS – DVDteca Arte na Escola

Tempo de Creche – O que o desenho conta sobre a criança?

Edith – O desenho é linguagem que atravessa todos os tempos – das cavernas à informática – sempre esteve presente na História da Civilização. E, de todas as linguagens, é a mais antiga. Tal como a pantomima*, são linguagens nascentes.O desenho é linguagem inata: toda a criança, de qualquer tempo e lugar, desenha. Toda criança possui intimidade com o desenho como ponte de investigação, expressão e comunicação com o mundo. Existe uma proximidade imensa e natural entre o ato de desenhar e a ação corporal mais do que com o quê a criança deseja ou pensa em “representar”. Num primeiro momento do desenvolvimento da aquisição da linguagem do desenho, a criança é verdadeiramente o seu gesto, o seu traço, o seu movimento e o desenho é resultante desta ação, registrando o percurso do movimento do corpo no espaço do papel, na parede, em qualquer superfície.

desenho final

Seguindo por esta trilha de investigação, talvez possamos refletir um pouco mais sobre como a criança desenha e menos com o quê o desenho conta sobre o que a criança é! Esta diferença entre “como a criança desenha” e “sobre o quê ela desenha” ou “o quê o desenho conta sobre a criança” são limites sutis e avassaladores, pois o modo como se desenha revela qual o modelo de desenho que nos habita. E cada modelo de desenho traz, consigo, um conjunto de conceitos, ideias, atitudes e procedimentos. Talvez pudéssemos inverter a pergunta e enunciar que o sujeito que desenha – seja criança, seja adulto – , é quem reinventa o que um desenho é e pode ser!
[*pantomima = mímica]

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garatujasParece que é automático! É só apresentar para os pequenos algo com que riscar que o ato de desenhar se inicia na mesma hora!

Que bom! Porque quanto mais desenha, mais a criança desenvolve o desenho os ganhos cognitivos que o ato proporciona. 

mz2-twin-score-also-0.w529.h352.2xAté os 12 meses a criança descobre a existência dos objetos que podem deixar marcas nas superfícies (riscadores e suportes). Começa então uma produção natural e espontânea de traços, inicialmente desordenados e sem controle (garatujas desordenadas).  Porque ainda não tem maturidade para coordenar seus movimentos, os traços são fortes e descontínuos. Também não existe percepção do espaço gráfico e nota-se que os traços ultrapassam os limites dos suportes (papel, por exemplo). Braço e antebraço são como um membro unido que se move a partir da articulação do ombro.

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O desenho é um pilar do trabalho com a infância. Desenhando a criança mobiliza tantos processos cognitivos e motores que a atividade, lúdica e prazerosa, favorece desenvolvimentos e ainda dá pistas deles para os educadores.

IMAGEM RISCADORES

No post Repetir propostas para crianças. Será? Falamos sobre a repetição de atividades, destacando o desenho. Ao repetir o ato de desenhar a criança evolui as marcas que aprende a fazer. Lowenfeld, Piaget, Vygotsky e Luquet estudaram esse desenvolvimento e o consideraram como marcas do amadurecimento da criança.

Segundo Lowenfeld, a criança inicia o processo de desenhar fazendo garatujas ou rabiscos de forma desordenada. Em seguida, os rabiscos vão se ordenando. A prática desse rabiscar encaminha a criança para fazer formas. As formas vão gerando as figuras humanas que são constituídas basicamente por cabeças redondas e membros que se originam dela. Essas figuras, ao longo das repetições, vão adquirindo mais detalhes e o desenho passa a evoluir na composição também.

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atividades para repetir

Educadores de educação infantil geralmente sofrem da ansiedade de buscar rotineiramente atividades diversificadas. E não se trata de buscar a ampliação das pesquisas que as crianças fazem. Trata-se de inovar os formatos das propostas para buscar novos processos e resultados.

Realmente, as surpresas movem as crianças porque intrigam, despertam o interesse e as descobertas. Mas, para movê-las nesse sentido, não é necessário inventar novidades a todo o momento.

Balão Dúvida pPor quê?

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Mergulhamos num dos materiais do professor da exposição-oficina da arte-educadora Stela Barbieri e selecionamos para o Blog alguns dos seus pensamentos e propostas.

imagem Stela Barbieri 1 (2)Visitar uma exposição de arte é entrar em contato com obras que tocam nossa sensibilidade e nossas formas de ver o mundo. Estas visitas nos questionam e nos colocam em outro tempo e espaço: um tempo de contemplação, de reflexão, de fruição. Mas e o que acontece quando a exposição nos convoca a também participar da própria obra?

Este é o propósito do Projeto Lugares: Cinco obras-oficinas que a artista e educadora Stela Barbieri realiza em três SESC São Paulo.

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