Choro frequente e que não para… por quê?

Choro frequente e que não para… por quê?

O choro insistente e frequente das crianças pequenas desespera…
Choro é uma linguagem utilizada e conhecida por todos os seres humanos na primeira infância, mas vamos perdendo essa forma de comunicação e conquistando outros recursos para expressar nossos sentimentos e também controlá-los.

Chorar pode significar uma série de situações desconfortáveis e um pedido de ajuda num momento em que a vida é dependente dos cuidados e das relações amorosas com os adultos.

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Quais os prováveis motivos?
Bebes e crianças pequenas choram porque estão frustradas por não alcançarem algo, perturbadas com muita luz e barulhos, entediadas com um cenário sempre igual. Podem chorar por que estão com fome, com a fralda encharcada ou suja, estão cansadas, com sono, com cólica e, portanto, a mais óbvia das causas: por problemas relacionados à fisiologia.

Mas existe outra questão que nós adultos deixamos de reconhecer porque desenvolvemos máscaras para sentimentos genuínos. A vida traz situações insolúveis. Acontecem coisas que estão além da nossa vontade e da nossa possibilidade de administrar. São os famosos “não tem jeito”!

Cópia_de_segurança_de_Sem título-3A maturidade acaba por encobrir essa sensação frustrante de incapacidade de controlar situações e encontramos estratégias para atribuir significados e razões para essas situações. Para nós, por exemplo, quando um amigo querido muda de país e deixamos de desfrutar de sua companhia. Ficamos tristes e frustrados com a situação, mas nosso cérebro busca justificativas e “saídas” (mesmo que sejam impossíveis) para aplacar as dores.Então, no caso do amigo querido podemos imaginar: ah! Vai ser tão bom para ele! Temos o computador para conversar! Vou economizar e viajar até ele qualquer dia!

Mas com uma criança pequena, que ainda não desenvolveu essas estratégias, acontece a sensação da impotência frente à dura realidade! E ai, os recursos são o choro! Choro longo, nervoso, frustrado e até compulsivo sobre uma situação que não tem mesmo solução.

Uma situação de choro inspira nossa aproximação para buscar compreender e auxiliar na resolução da causa. Nas circunstancias mais comuns, acabamos por desenvolver uma percepção aguçada e buscamos ajudar. Mas como agir quando não podemos devolver um pai que deixou a casa, crianças que presenciaram agressões e estão tocadas, ou até a avó querida que faleceu e sumiu da vida do pequeno?

Sem título-2Quando essas crianças ficam muito tocadas com esse tipo de acontecimento elas sabem que NINGUÉM poderá reverter a situação! Elas só querem chorar: mergulhar no choro como consequência das fortes emoções e chorar para aliviar a tensão.

E aí bate o desespero: tem que ter algo que possamos fazer!!!!

 

Propomos dois encaminhamentos:

Balão numero 1Primeira ideia é nunca valorizar os escândalos desmedidos como atirar-se no chão, atirar objetos, gritar alucinadamente e se bater: se não há plateia não há show! Se o pequeno precisa dos momentos de expressão do seu sofrimento, devemos acatar o desejo e dar o espaço. Mas machucar-se, machucar os outros e gritar ao ponto perturbar todo grupo é chamar a atenção para si mesmo de modo inadequado.

Balão numero 2Estar próximo e fazer-se presente e entendedor de que algo real e importante aflige a criança. Dizer algo como: Você agora não quer ninguém por perto mas sei que está  triste. Então, quando achar que quer brincar novamente ou ficar perto de mim, estou aqui.

Sem título-5A terapeuta ocupacional Winnie Dunn (1994) afirma que cada pessoa possui um perfil sensorial que influencia a maneira como interagimos e nos relacionamos com o meio e as pessoas. Cada um sente diferente, ao seu modo. Essas características emocionais constroem um comportamento singular que se expressará por toda a vida.

 

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Balão-crédito-imagens Créditos da imagem com quadro crianças
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Dra. Winnie Dunn
Professora e coordenadora do Departamento de Terapia Ocupacional e Educação da Universidade de Kansas. É uma especialista internacionalmente conhecida por seus estudos sobre o processamento sensorial na vida cotidiana.
Winnie Dunn, Catana Brown, Ann McGuigan; The Ecology of Human Performance: A Framework for Considering the Effect of Context. Am J Occup Ther 1994Lois Barclay Murphy, When a Child is Inconsolable: Stay Near, Edited from the Zero to Three Journal December, 1988

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