Arquivos mensais: junho 2016

Para a pediatra húngara Emmi Pikler, a conquista autônoma dos movimentos da criança está ligada ao desenvolvimento cognitivo. Um depende do outro: movimentos, relações, sentimentos e cognição, num amadurecimento harmônico da criança por inteiro.
Será que temos a dimensão do que isso significa?  

Anna Tardos e Myriam David, estudiosas da abordagem Pikler, consideram que o movimento enquanto participante da formação da imagem corporal, se constitui na base fundamental do indivíduo. Isso quer dizer que a atividade motora do bebê está diretamente ligada à construção da singularidade da criança e à imagem que ela faz de si mesma.

Paulo Fochi destaca que a forma como permitimos que as crianças atuem nos ambientes preparados por nós, adultos, implica na forma como estão construindo suas competências. Assim, o adulto precisa construir um ambiente positivo para que os bebês se desenvolvam.

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As pesquisas de Pikler e os estudos de Fochi podem trazer aprendizados fundamentais para compreendermos como as crianças pequeninas se desenvolvem e aprendem, em especial aquelas que ainda não caminham. Inspirar-se e adequar os conhecimentos da abordagem de Pikler pode acrescer mais qualidade ao trabalho que fazemos com nossos bebês e crianças pequenas.

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Para comemorar a marca de 1 milhão de acessos, Tempo de Creche quer encontrar leitores de duas instituições de perto. Para isso oferece gratuitamente duas formações.

Promoção 1 milhão segunda semana

São duas opções de formação:

Balão numero 1Registrar, refletir, documentar e planejar: um círculo virtuoso


Balão numero 2Curadoria educativa: o que queremos contar para as crianças, as famílias e nossos colegas de equipe?

⊗ Instruções para concorrer:

Para se cadastrar no Tempo de Creche1- Basta cadastrar 10 pessoas da sua instituição na página inicial do Tempo de Creche (é gratuito!).
Para cadastrar os e-mails, utilize o campo na lateral direita do blog, no topo da página.
ATENÇÃO: depois de cadastrar o e-mail, o blog enviará uma mensagem de confirmação para o endereço cadastrado. Somente depois de confirmar o cadastramento na mensagem recebida é que o cadastro será efetivado. Lembre suas colegas inscritas para abrirem seus e-mails e confirmarem o cadastro! 
2- Enviar até às 22h do dia 29/06/2016 a relação de e-mails cadastrados, a opção de formação escolhida e os dados da instituição e do responsável para [email protected]
3- Aguardar o sorteio no dia 30/06, realizado na presença de um comitê.
4- A divulgação acontecerá no dia 1o/07, torça e se prepare para acertar os detalhes com a equipe Tempo de Creche!

⊗ Requisitos para participar:

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Qual a importância de ouvir a fala das crianças? Falamos na escuta e no registro das colocações que os pequenos fazem sobre o mundo, suas relações com os adultos e as hipóteses que povoam suas mentes. Qual a visão de educadores e famílias a esse respeito?

Escutamos e acolhemos as crianças porque o que elas têm para expressar é importante. Crianças aprendem sempre, especialmente quando se interessam pelo assunto. Nós adultos precisamos identificar esses interesses para proporcionar melhores possibilidades de aprendizagem. Simples assim: se identificamos o que provoca a curiosidade dos pequenos, contribuímos com uma educação significativa que visa mudanças. Isso é falar sobre protagonismo infantil, onde os pequenos encabeçam seus percursos de brincar, pesquisar e aprender. Na postagem Protagonismo Infantil em quatro falas, a pedagoga Alice Proença coloca que o protagonismo só pode ser visto em função de uma relação. Alice diz que ora o adulto é protagonista, ora é coadjuvante. Ser coadjuvante significa estar criando um meio para o outro poder ser o ator principal, neste caso, a criança.

diário de registro das falas das crianças

→  Você tem escutado suas crianças?
→   Também se coloca no papel de coadjuvante para que ela tenha o papel principal?
→   Você provoca situações de conversa para levantar as hipóteses que os pequenos fazem sobre o mundo ao seu redor?
→  Você tem o hábito de registrar as falas captadas nas conversas e também as espontâneas?

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O que a seleção de fotos e legendas podem contar?
Um aspecto fundamental da reflexão sobre os registros fotográficos é a seleção das fotos que tiramos durante as propostas e as legendas explicativas que atribuímos a elas.
É comum vermos fotos que apresentam um olhar superficial das atividades e os rostos satisfeitos das crianças. Esse material é utilizado pelos professores nas reuniões pedagógicas e, em forma de painéis e publicações no Facebook, para que os pais acompanhem seus filhos nas escolas.

O que estamos, de fato, revelando com essas imagens?
Qual o objetivo que está por traz de cada clique?
O que nos guia ao selecionar as fotos?
O que estamos buscando nesse tipo de registro e o que queremos comunicar?

Todos os dias são publicadas toneladas de fotografias nas redes sociais sobre a festinha, a dancinha, as mãozinhas sujas de tinta, as corridas de motoca no pátio, a roda de histórias, a hora do suco e centenas de rostinhos lindos.

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Uma das qualidades mais importantes do professor é a paciência! Mas ao contrário do que se pode pensar ao ler essa afirmação, a paciência em questão está relacionada ao acompanhamento do ritmo das crianças e o precioso tempo de aprender. Estamos falando da paciência com a ansiedade de interferir.

O professor, além de garantir:
• um planejamento motivador e compatível com o interesse dos pequenos,
• a organização de materiais e espaços provocadores,
• a preparação de estratégias para fazer a mediação,
ele também precisa incorporar uma calma transcendental…

Como assim?

Balão-na-PráticaVamos imaginar uma situação comum ao quotidiano da creche. Num grupo na faixa de 24 meses, uma das crianças, capturada por uma série de caixas, descobre que empilhá-las pode ser muito interessante. Vê-se entusiasmo nascer no brilho dos olhos do pequeno. Percebe a sua intenção porque, a essa altura, já o conhece a fundo.
Ele coloca uma caixa no chão, pega outra e posiciona sobre a primeira.

Repete a operação com uma terceira caixa, desta vez, menor que as outras.
Detém-se por alguns instantes para admirar a construção.

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No momento em que repensamos currículo e ambiente de educação, questões como o “transtorno do déficit de natureza” precisam ser considerados. Tempo de Creche conversou com o jornalista americano Richard Louv, criador desse e de outros conceitos geradores de um movimento planetário de conservação ambiental, reurbanização e melhoria da qualidade de vida.

Tempo de Creche – Quais são as suas expectativas sobre as conexões entre as crianças brasileiras de áreas urbanas e a natureza? 

51dr4oni-UL._UY250_Richard – Eu acredito que as crianças brasileiras, assim como as crianças de todo o mundo, estão sofrendo do que eu chamo de “transtorno do déficit de natureza”. Como eu defino no livro A última criança na natureza (Last Child in the Woods), não se trata de um diagnóstico médico, mas de um termo útil – uma metáfora – para descrever o que as pesquisas científicas e muitos de nós acreditamos como custos humanos da alienação da natureza. Entre estes custos estão: diminuição do uso dos sentidos, dificuldade de atenção, taxas mais elevadas de doenças físicas e emocionais, aumento da taxa de miopia, obesidade infantil e adulta, deficiência de vitamina D e outras doenças. Para quem se interessar, o site Children & Nature Network compilou uma biblioteca online de estudos, relatórios e publicações, disponíveis para visualização ou download.

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Quem não andou por ruelas e terrenos inexplorados, cutucando algo descartado ou explorando as possibilidades de brincar numa grande árvore? Quem não juntou objetos e pedaços de plantas para fazer uma preciosa cabana? Quem não se sujou de lama e pisou prazerosamente em poças d’água? Será que estamos roubando de nossas crianças parte da uma infância culturalmente cultivada por centenas de anos? Em nome de uma “infância protegida” não estamos transformando as brincadeiras e os seus riscos em desafios simples e pouco expressivos?

Um dos destaques da mostra Ciranda de Filmes 2016 é o curta-metragem The Land da americana Erin Davis (Documentário, EUA, 2015). O filme persegue as atividades de um grupo de crianças que frequenta um playground incomum, localizado no País de Gales, Reino Unido.

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Por que incomum?

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Como trabalhar com grupos de crianças agitadas? Qual deve ser o olhar do adulto para as “crianças agressivas”? “Crianças agressivas” são assim tão comuns? É possível colocar todos os pequenos no mesmo ritmo? Partindo do pedido de ajuda de uma professora, vamos conversar sobre isso.

Recebemos mensagem de uma leitora apreensiva com algumas crianças de sua turma de 3 anos: preciso de algum texto que fale sobre comportamento muito difícil em crianças do maternal 2, entre 3 e 4 anos… Preciso na verdade de dicas de “ações – atividades” para trabalhar com o meu grupo de 17 crianças de uma comunidade carente e violenta… (S.O.)

Essa é uma situação que causa inquietação, mas é mais comum do que gostaríamos. Vamos percorrer um caminho que possa inspirar soluções consistentes.

Primeira parada: “estamos”, e não “somos”!

Sabe aquela fase em que passamos por situações complicadas e não somos compreendidos? Ficamos nervosos, agressivos e rabugentos, não é mesmo? Mas essa situação é transitória, porque, na verdade, não SOMOS rabugentos ou nervosos, simplesmente ESTAMOS assim.
Com as crianças é a mesma situação. A não ser que haja algum distúrbio de humor, como ocorre com os adultos, as  crianças quando estão “agressivas” ou “violentas”, na verdade, estão atravessando momentos difíceis e frustrantes. Uma vez que reagem dessa forma e são ouvidas, acabam por incorporar o comportamento.

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A partir dos 12 meses os bebês vão aprofundando o conhecimento a respeito do universo ao redor. Isso é fruto de muita pesquisa e investigação. Eles querem conhecer os objetos, saber como podem ser usados e entender as suas propriedades físicas… é isso mesmo! Eles amassam? Fazem barulho quando caem? São frios? São gostosos de lamber? Se brinco com eles, consigo provocar alguém? É aproveitando essa incrível vontade de brincar aprendendo que pensamos num brinquedo que pode provocar os pequenos cientistas: Buracos incríveis!

Brinquedos para bebes buracos incríves

Um menino e um cachorrão com a boca aberta para receber tudo aquilo que se queira colocar dentro!
Um prato de comida que engole objetos.
Um mar de bolinhas onde consigo enfiar mais algumas!
Que desafio! Que viagem!

Buracos incríveis é um brinquedo simples de construir. Basta conseguir pequenas caixas de papelão reforçado, pesquisar fotos nítidas, com contextos significativos para os bebês, e abrir um buraco num ponto estratégico da imagem.

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Fernanda Heinz Figueiredo é a idealizadora do Festival de Cinema Ciranda de Filmes . Com a cineasta Patrícia Durães, coordena o festival pesquisando, selecionando e compondo uma programação de filmes voltados para a infância. Temos muito a aprender com esse processo. Ao fazer a curadoria do festival, Fernanda seleciona os filmes a partir de temas, compõe uma grade com obras que se conversam e amplia o alcance dos filmes por meio de espaços de conversa com especialistas.

Selecionar e compor os registros do dia a dia com as crianças também é uma ação de curadoria. O que queremos comunicar? Quais reflexões queremos provocar? Como incluir o outro nesse processo?

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Conheça os bastidores do Ciranda de Filmes para se inspirar e aprender com a Fernanda.

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